domingo, 6 de julho de 2008

A fonte que não seca

Definitivamente detesto surpresas.
Chamadas telefônicas no meio da noite, gente saltando detrás de uma porta gritando "buh".
Quisera eu que a vida seguisse sempre seu fluxo normal, sem sobressaltos.
Não é sempre o caso, claro!

Hoje, porém, tive uma grata.
Pesquisando no blogspot, deparei-me com um álbum chamado Doxologia.
Eu sempre gostei de "palavras-conceito", aquelas que trazem em si mesmas todo um arsenal de definições. Por isso mesmo o nome deste blog: nada sonoro ou de fácil memorização, confesso, mas que conduz, no meu entendimento, a uma série de pensamentos.

É o caso, também, da palavra Doxologia.

Pois bem, este álbum, interpretado pelo Lucas Souza, contém somente hinos clássicos. E, diga-se de passagem, com ótimos arranjos, que não disvirtuaram todo o peso de história que eles trazem consigo.
Criado que fui em uma igreja Batista tradicional, os hinos do Cantor Cristão, entoados sempre com devoção, bem me lembro, por todos, ficaram indelevelmente gravados na minha memória.

Um destes hinos me fez lembrar de dias felizes da minha infância, quando a inocência ainda imperava, e o cinismo não fazia parte do vocabulário.
Trata-se do Fonte és Tu de toda benção, escrito simplesmente nos anos 1700 e traduzido para o portugês em 1800!!! Veja mais detalhes acerca desse hino, aqui - um ótimo texto, muito além do que eu poderia escrever.

Quando digo que eram entoados por todos não é uma simples força de expressão.
Hoje, os hinos, suplantados pelos corinhos..er..cântinos, tem apenas uma participação especial na liturgia. É aquele momento do "vale a pena cantar de novo".
É como se significasse: ah, vamos cantar nó suíno para satisfazer a velha guarda.

Não sei como explicar: a imagem do prédio da igreja, sem luxo, sem ostentação. Os irmãos cantando em uníssono. A família reunida. Todos com seus hinários abertos. Não havia conceitos. Nem igreja emergente, com ou sem propósito, G12, blá-blá-blá. Não havia teologia que nos derrubasse.

Tudo isso me veio a mente ouvindo Fonte és Tu....

7 comentários:

bete p.silva disse...

Wesley querido, por tudo o que você acaba de dizer, você positivamente nasceu antes de 1970 hehehehe. Relaxa Wesley, agora é assim mesmo, o que se há de fazer? Pelo menos você tem essas histórias bonitas pra contar. E pra contar aqui no blog, porque lá na sua igreja tenho certeza que ninguém irá querer lhe escutar, imagina, essa moçada trata os nascidos antes de 1980 como peças do parque dos dinossauros kkkkkk

Wesley Amorim disse...

Realmente fui traído pela minha tagarelice.
Nasci no ano em que mataram Kennedy. Pelo menos deste crime não podem me acusar.

hehehe

"Zero" Junior disse...

Paz e Graça. Obrigado pelo comentario no meu blog. Perdão pela demora... Bom, enfim, tu tens um blog bem feito, quisera eu ter esse conteúdo pra compartilhar com as pessoas.
Permanece "blogando" que eu vou permanecer me enriquecendo com o conteúdo!
Amplexos!

Douglas Santos de Godoi disse...

Wesley, também tenho boas lembranças em que os hinos eram cantados da maneira que você descreveu e, realmente hoje eles (os hinos) entram como coadjuvantes na liturgia, tipo, "vamos dar uma chance para os hinos". São velhos, sim, mas as mensagens são e serão verdadeiras sempre, sem chavões ou frases prontas, como... deixa pra lá.

Wesley Amorim disse...

Ah, amigo Douglas!

Estou ficando velho e chato, não é mesmo?
Ontem mesmo fomos nós que intoduzimos a bateria - esse instrumento do diabu - na igreja.

Podiam ao menos unir as coisas: cantar os hinos acompanhado de bateria, não?

Abraços

Wesley Amorim disse...

"Zero" Junior

Eu que agredeço sua visita.
E saiba que no momento de decidir criar um blog, o seu foi dos que me inspiraram...

Escrever sempre!!!

Abraços

bete p.silva disse...

Wesley! Eu li seu post no trabalho, não deu pra ouvir o audio. Cara! Arrepiante. O que vem depois, Antífona, eu tenho com interpretação do Grupo Elo, também é muito bm.